Quero estar ao pé da cruz,
De onde rica fonte
Corre franca, salutar,
Do Calvário monte.
Sim, na cruz, sim, na cruz,
Sempre me glorio,
E no fim vou descansar,
Salvo, além do rio.
A tremer ao pé da cruz,
Graça eterna achou-me;
Matutina Estrela ali
Raios seus mandou-me.
Sempre a cruz, Jesus, meu Deus,
Queiras recordar-me;
Dela à sombra, Salvador,
Queiras abrigar-me.
Junto a cruz, ardendo em fé.
Sem temor vigio,
Pois à terra santa irei,
Salvo, além do rio.
Letra - Fanny Jane Crosby (1820 - 1915)
Música - William Howard Doane (1832 - 1915)
Quero Estar ao Pé da Cruz
Quando o pai de Fanny Jane Crosby faleceu, sua mãe precisou deixá-la com sua avó, e depois com uma amiga crente, Senhora Hawley, enquanto procurava ganhar o sustento da sua família. Estas duas senhoras amavam muito a pequena Fanny e se empenharam em ensiná-la tudo que pudesse ajudá-la a ser uma pessoa de muito valor.
A Srª. Hawley, uma calvinista convicta, propôs a Fanny a tarefa de decorar a Bíblia inteira, dando à menina um número de capítulos para aprender cada semana, muitas vezes até cinco. Foram repetidos linha por linha, plantados na mente dela “preceito sobre preceito” (Isaías 28:10). Sendo jovem, dotada e com uma memória fenomenal, Fanny não teve dificuldade em dominar o Pentateuco e os quatro evangelhos até o fim do primeiro ano. No fim do segundo ano, Fanny podia repetir de memória estes livros e muitos Salmos, todos os Provérbios, Rute e (...) o Cântico dos Cânticos.
Assim continuou este treino maravilhoso. O resultado foi que mais tarde, Fanny não precisava de alguém para ler as Escrituras para ela. Quando ela queria meditar sobre um trecho, “ligava um botãozinho na sua mente e a passagem apropriada fluiria por seu cérebro como uma fita cassete”.
Fanny testificou quando tinha 85 anos: “Este livro Santo tem me nutrido durante a minha vida”.
Foi neste amplo reservatório e constante comunhão com Deus que Fanny achou a força para viver e o conteúdo para seus 9.000 hinos.
Um dia William Howard Doane, seu parceiro de centenas de hinos, trouxe uma melodia para Fanny, com um pedido urgente. Precisava de um bom hino para aquela noite numa reunião evangelística! Pediu a sua amiga: “Pode dar-me um texto apropriado para esta melodia agora mesmo?” Fanny, para quem um pedido desse tipo não era novidade, aquiesceu. Depois de ouvi-lo tocar sua melodia algumas vezes no harmônio da sua sala, como era o seu costume, ela foi se ajoelhar diante do Senhor no seu pequeno quarto. Na oração, as palavras para o hino "Quero Estar ao Pé da Cruz" vieram a ela com clareza.
Certamente ela tinha meditado na passagem de João 19 e notado que aquelas mulheres, em contraste com a maior parte dos discípulos, ficaram bem junto à cruz. "Sim, na cruz, sempre me glorio“, do estribilho, descrevia sua determinação de ser como Paulo (Gálatas 6:14), de gloriar-se sempre e somente na cruz de Jesus.
Ao receber a letra da sua parceira, muito satisfeito com este hino “para o qual o futuro reservaria larga difusão”, Doane cantou-o naquela noite e publicou-o na sua coletânea Bright Jewels (Jóias Brilhantes) em 1869. Deus à melodia o nome NEAR THE CROSS (Perto da Cruz) do título original do hino. Sankey também o publicou logo nas suas coletâneas nos Estados Unidos e na Inglaterra, e o hino difundiu-se rapidamente.
Bibliografia: Ruffin, Bernard; Fanny Crosby, Philadelphia, PA, United Church Press,1976, p.30
Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista
Nestes dias de celebração da Páscoa, que cada um de nós possa refletir no significado da Cruz de Cristo. No Seu ato de renuncia por nós. Na Sua infinda generosidade. No Seu amor. E, principalmente, na sua mensagem após a nossa libertação: Vá agora e faze o mesmo por aqueles que encontrar no caminho, por que em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
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